04/08/2011 - 08:11
Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval
Setor naval tem R$ 9,8 bilhões aprovados pelo Fundo de Marinha Mercante
Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval
O montante será destinado prioritariamente para financiamentos de 217 empreendimentos de construção naval e seis estaleiros [financiável em até 90% desse total].
Durante abertura da Navalshore, no dia 03 de agosto (quarta-feira), o otimismo foi marcante em todas as falas do representantes ligados ao segmento naval e offshore.
O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, falou do cenário da indústria da construção naval, no segundo trimestre de 2011, que registra nos estaleiros associados 56,3 mil empregos diretos e mais 32 mil empregos diretos na indústria náutica para lazer e turismo.
A carteira de encomendas dos estaleiros brasileiros soma 278 empreendimentos em construção, num total de 6,2 milhões de TPB (tonelagem de porte bruto, que mede a capacidade de transporte de carga do navio). Estão em construção dez plataformas de para produção de petróleo (cascos e módulos de processos), outras cinco plataformas têm seus módulos de processos construídos localmente. Três plataformas serão integralmente construídas no exterior.
No segmento de sondas de perfuração estão em construção nove unidades, sendo duas sondas autoelevatórias (jack up) e sete navios sonda.
Ainda existem obras a contratar que podem aumentar os números de encomendas ainda em 2011: 14 navios petroleiros e para derivados para armadores selecionados em licitação da Petrobras. Foi anunciada a decisão de construir no Brasil mais 21 navios sonda. Os projetos com prioridades de financiamento aprovados pelo Fundo da Marinha Mercante representam mais 29 navios de apoio marítimo, navios para transporte de produtos derivado de petróleo, 24 empurradores e 124 barcaças para transporte fluvial.
“A dinâmica do setor está estabelecida”, analisa Ariovaldo Rocha, “o Brasil representa cerca de 4% do total da construção naval mundial. Em segmentos como petroleiros Suezmax representamos quase 11% da carteira mundial. Na construção de navios de apoio offshore tipo PSV, o Brasil representa mais de 13% da carteira mundial. Na construção de navios plataforma (FPSO) a participação é de 57%.”
Os desafios a frente são o aumento da produtividade e competitividade dos estaleiros, a formação e qualificação de recursos humanos e o aumento do conteúdo local nos fornecimentos a navios e plataformas.
O presidente do Sinaval considera que a indústria de construção naval brasileira atingiu o estágio de consolidação, com a geração ordenada de empregos, distribuição regional da produção e atendimento às normas e certificações internacionais. Respondeu de forma positiva aos financiamentos com recursos do Fundo da Marinha Mercante, implantando novos estaleiros e capacitando recursos humanos em diversos estados brasileiros.
“A vez do Brasil é agora”, finaliza o presidente.
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas da Navegação Marítima (Syndarma), Bruno Lima Rocha reconhece a grande virada e a competência hoje de todos os envolvidos na indústria naval e offshore, mas está preocupado com a falta de mão de obra para as tripulações dos navios que estão sendo lançados ao mar.
“Vamos fortalecer também a Marinha Mercante”, adianta Ariovaldo Rocha.
“Até o momento, corremos risco o tempo todo, sem eles, somos conquistados e não conquistadores”, finaliza Rocha.
Sérgio Machado, presidente da Transpetro
O presidente da Transpetro, Sérgio Machado reafirma que até 2020 o Brasil pode ser o grande exportador do setor naval e offshore, logo, o setor de navipeças será alavancado. Um país é forte com uma Marinha Mercante forte.
Ele revelou que até o final do ano deve ser lançada a terceira edição do Promef, que englobará a licitação de aproximadamente 20 navios de médio e grande porte nos modelos VLCC, Suezmax e de produtos. "Queremos ter uma logística do tamanho da nossa demanda. Hoje o País tem a quinta maior carteira de navios do mundo, estamos perseguindo a quarta carteira", afirmou.
“Até 2020 a indústria naval brasileira esteja produzindo cerca de 60 navios por ano, reflexo das expectativas do crescimento da produção de petróleo e derivados, que será de aproximadamente seis milhões de barris por dia”, prevê Machado.
“É bom que os empresários entendam o momento e peguem o trem, pois com tecnologia, e capacidade competitiva ninguém segura esta indústria brasileira”, frisa o presidente.
Governo do Estado do Rio de Janeiro anuncia pacote de incentivos para indústria naval- Projeto inclui cessão de terrenos, redução de tributos, financiamentos e capacitação de mão de obra.
O Rio de Janeiro mantém a liderança no setor da indústria naval. Atualmente, a área emprega 24.374 mil profissionais, 43,24% do mercado nacional. Nos próximos quatro anos, a previsão é de que sejam investidos R$ 8,6 bilhões com a instalação e reativação de estaleiros. Para aumentar ainda mais a carteira de negócios, o Governo do Estado anunciou nesta quarta-feira, na 8ª edição da Navalshore, no Centro de Convenções SulAmérica, na Cidade Nova, um pacote de incentivos financeiros e tributários para empresas do setor navipeças.
Julio Bueno, secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, que representou o governador Sérgio Cabral na abertura do evento, o pacote criado pelo governo estadual inclui a cessão de terrenos para instalação de empresas [pensando numa área de 600 mil metros quadrados para este pólo], também a redução de tributos, captação de recursos através de financiamentos oferecidos pela Agência de Fomento do Rio (Investe Rio) e capacitação de mão de obra em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia.
“O Governo do Rio tem um pacote que será desenhado com a Petrobras, a Transpetro e o Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), para que possamos atrair mais empresas. Vamos discutir quais incentivos tributários podemos oferecer. Também nos colocamos à disposição para treinar os futuros profissionais do mercado, e estamos procuramos terrenos que possam ser passados para as indústrias, como os do entorno do Arco Metropolitano ou os disponíveis na Zona Oeste do Rio. Vamos atrair bilhões de dólares de recursos”, afirmou Bueno
Depois de se recuperar da crise dos anos 80 e 90, a indústria naval fluminense tem fomentado o desenvolvimento socioeconômico. Atualmente, o estado conta com 15 estaleiros em operação, concentrando 60% das encomendas nacionais. No Brasil, a estimativa é de que 30 mil empregos diretos sejam criados nos próximos cinco anos. No Rio de Janeiro, segundo Julio Bueno, o setor irá gerar 26,5 mil novos empregos.
“O primeiro estaleiro a iniciar o processo de contratações é o Aliança, de Niterói, que vai construir uma nova unidade em São Gonçalo, com previsão de criar 1.500 novos empregos. A estimativa é que o OSX, em São João da Barra, no Norte fluminense, gere 12 mil vagas; o estaleiro da Marinha e base naval, em Itaguaí, outras oito mil; e o Inhaúma, no Porto do Rio, cinco mil oportunidades de trabalho. Além disso, novos postos serão criados com a exploração do pré-sal”, destacou o secretário.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, as vagas para o setor contemplam diversos profissionais. As ofertas de trabalho são para engenheiros navais, mecânicos, elétricos, de produção e de segurança; projetistas, mestres, caldeireiros, encarregados, administradores, compradores, operários especializados em corte e solda automática e manual, operadores de máquinas operatrizes, instaladores, além de apoio da área administrativa.
A retomada da indústria naval no Rio de Janeiro- A empresa OSX - instalada no Complexo Industrial do Superporto do Açu, em São João da Barra - iniciará em breve as obras da Unidade de Construção Naval do Açu (UCN), o maior estaleiro das Américas. O empreendimento está orçado em mais de R$ 3,3 bilhões. Outro destaque do setor naval é o estaleiro de submarinos, em Itaguaí, no Sul Fluminense, que entrou em funcionamento em julho e custou R$ 5 bilhões. A modernização dos estaleiros Inhaúma está orçada em R$ 200 milhões, e do Aliança em R$ 100 milhões.
Navalshore: evento reúne 320 empresas nacionais e internacionais- Até o dia 05 de agosto (sexta-feira), 320 empresas nacionais e internacionais participam da 8ª edição da Navalshore, expondo seus produtos e serviços para construção e reparo naval, além de soluções para o setor de petróleo e gás. Durante os três dias de evento, será realizada uma conferência sobre as ações e investimentos na indústria naval e offshore para atender a crescente demanda por bens e serviços.
Augusto Mendonça, presidente da Abenav
Plano da Petrobras elevará encomendas à cadeia naval, afirma Abenav - Segundo o presidente Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça, o setor considera a necessidade de construção de 105 novas plataformas como base para exigir encomenda de 550 novos barcos de apoio e mais 90 navios.
"O plano de investimentos da Petrobras vai aumentar "consideravelmente" o volume de encomendas para a cadeia naval ligada ao setor de petróleo, que já previa algo em torno de US$ 150 bilhões até 2020", afirma Mendonça.
"Com a intenção da Petrobras de aumentar sua meta de produção em 2020, de 4,5 milhões de barris de petróleo por dia para 6,5 milhões de barris por dia, teremos um acréscimo significativo", disse.
“O mundo está de olho no Brasil, recebemos várias missões nos últimos meses de interessados em implantar empresas no Brasil para tender o segmento naval e offshore”, continua o presidente.
Segundo ele, o setor considera a necessidade de construção de 105 novas plataformas anunciadas pela Petrobras como base para exigir a encomenda de pelo menos 550 novos barcos de apoio e mais 90 navios. "Já recebemos sinalização do governo de que o setor terá novas formas de apoio e incentivo", afirmou citando o lançamento do programa Brasil Maior ontem, pela presidente Dilma Rousseff, em Brasília.
Segundo ele o programa vai colaborar ainda mais com o crescimento da indústria naval e offshore neste momento em que há uma luta para que o conteúdo nacional chegue ao cem por cento.
Quanto ao Programa Brasil Maior, lançado pela presidenta Dilma Roussef, Augusto acredita que a direção está correta, o setor de navipeças vai receber incentivos e poderá dar o grande salto. E garante que novas medidas de apoio federal para o setor virão por aí.
Sobre o aço, adiantou que reuniram com o setor esta semana, ele acredita no consenso, que visto a importância do conteúdo local o preço seja ajustado para o bem da cadeia produtiva nacional, -logo, as duas partes vão estar com o mesmo discurso, frisa com otimismo, Augusto Mendonça.
Sérgio Luiz Camacho Leal, secretário executivo do Sinaval
Em palestra no primeiro dia da Navalshore [03/08], o secretário executivo do Sinaval Sérgio Luiz Camacho Leal, detalhou o panorama do setor naval e offshore, e garantiu: o Rio de Janeiro pode voltar a ser o grande centro desta indústria, até por ter sido o berço do primeiro estaleiro no Brasil, o Mauá, construído pelo Barão de Mauá, “portanto, tem know how e mão de obra qualificada, além de vários centros de pesquisas e inovação ligados à estes setores”, frisa Leal.
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